O budismo é a denominação dada aos ensinos do Buda. A palavra “Buda” significa “aquele que despertou” ou um ser que se “iluminou” para a verdade. Sakyamuni, o fundador do budismo, despertou para a Lei da vida que permeia o Universo, a natureza, o ser humano e todos os outros fenômenos. A “Lei” significa uma verdade ou princípio eterno de que todo o Universo é uma entidade e que nada existe a parte da Lei da vida.
Nitiren Daishonin expressou o conteúdo do Sutra de Lótus de Sakyamuni na forma em que todas as pessoas pudessem praticá-lo, isto é, a invocação do Nam-myoho-rengue-kyo, o ensino correto para ser propagado nos Últimos Dias da Lei. Nitiren usou o Myoho-rengue-kyo, o título do Sutra de Lótus conforme traduzido por Kumarajiva, para representar sua iluminação, adicionando a palavra Nam, que significa “devoção”. Seus ensinos possibilitam às próprias pessoas tornarem-se Budas, ou seja, todas as pessoas têm o potencial de atingir a iluminação.
Nos escritos consta: “O príncipe Sidarta (ou seja, Sakyamuni) foi um ser humano que se tornou Buda” (WND-1, página 359.) Buda, portanto, é o próprio homem que descobre a verdade eterna e adquire um poder denominado “boa sorte”. A iluminação referida no budismo não é mística nem transcendental. É uma condição de máxima sabedoria e vitalidade, na qual o indivíduo pode moldar o seu próprio destino.
É famosa a declaração do segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, quando os repórteres perguntaram-lhe se ele pensava ser um buda: “Não, sou um ótimo exemplo de ser humano”.
Vazio espiritual e energia vital
O mundo contemporâneo é descrito nos sutras como repleto de discórdias e conflitos onde as pessoas vivem dominadas pelos três venenos da avareza, ira e estupidez.
É notório observar nos dias atuais pessoas agindo de forma insensata, irracional e precipitada, demonstrando claramente a existência do vazio espiritual. Por mais difícil que seja a realidade e injusta a situação que se encontra, nenhuma ação justifica agredir a própria vida, o mais precioso tesouro, algumas vezes com atos violentos que acabam encerrando de forma triste e melancólica a presente existência.
Está muito claro que tais pessoas são carentes de uma filosofia, capaz de eliminar esse vazio espiritual e preencher a vida de força, coragem e vitalidade. É preciso, sem demora, cultivar um novo alento que transforme a vida destruída e enfadonha em esperança e vigor. Se o coração das pessoas for devastado, o futuro delas será muito sombrio, mesmo que vivam em uma nação próspera.
Urge fortalecer a energia vital das pessoas, a força vital interior que as capacita a usar ao máximo os respectivos talentos e habilidades. A energia vital é a fonte da sabedoria e tenacidade que nos permite manifestar a verdadeira humanidade e expandir o palácio da igualdade humana. Uma pessoa dotada dessa energia da vida é capaz de desenvolver a criatividade, o caráter e a paciência, como também, o espírito de desafio e a força para sobreviver. Uma pessoa de forte energia vital não se rende às adversidades; ela revela ações corajosas nos momentos de dificuldades.
A firme prática do Gongyo e Daimoku é a fonte inesgotável dessa energia vital, bem como, da sabedoria e boa sorte.
O Sutra de Lótus é o “meio secreto e místico”
Em “A Sabedoria do Sutra de Lótus” o presidente Ikeda afirma que a palavra “secreto”, de “meio secreto e místico”, refere-se ao fato de ser algo conhecido e compreendido apenas pelos budas (vol.1, pág. 143.) E, a palavra “místico”, de “meio secreto e místico”, indica a natureza maravilhosa e insondável da própria vida humana (ibidem, pág. 145).
Em sua mensagem “O Sutra de Lótus — excelente remédio para toda a humanidade”, o presidente Ikeda escreve: “O sutra tem o magnífico poder de transformar a situação em que a pessoa vive numa condição marcada pela paz e tranqüilidade, uma autêntica Terra da Luz Eternamente Tranqüila. A força de que trata essa analogia é o conceito da natureza de Buda apresentado no Sutra de Lótus. Os seres humanos, embora lutando no meio da violência, do egoísmo e da ignorância, possuem na verdade, e sempre possuíram, dentro de si, a natureza de Buda, capaz de criar uma felicidade ilimitada. O sutra ensina como fazer com que essa força se manifeste. Assim, o Sutra de Lótus é, para os seres humanos, um remédio magnificamente bom, representando um método para revitalizar e dar novo significado à vida”. (Brasil Seikyo, edição no 1.917, 24 de novembro de 2007, pág. A4.)
O supremo ideal do Kossen-rufu torna-se cada vez mais urgente e imprescindível para a época atual. Na qualidade de bodhisattvas, os praticantes do budismo possuem a importante tarefa de propagar o Sutra de Lótus com forte senso de missão e responsabilidade. A modernidade exige ainda mais que essa prática seja baseada nos poderes do Bodhisattva Fuguen. Fuguen significa “o sábio universal”. Ou seja, o amplo desenvolvimento do Kossen-rufu será possível por meio da força da intelectualidade sábia e universal.
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