Pergunta: Conforme o “princípio místico de relacionamento” (kenzoku-myo), como devo cumprir a minha missão em perfeita união com as pessoas com quem me relaciono?
Resposta: No budismo, os laços de pais e filhos, irmãos e irmãs, ou marido e mulher são formados pelo carma, criado em existências passadas. Não é por acaso que pertencemos a uma mesma família e nos relacionamos com determinadas pessoas. Portanto, em vez de ficarmos acusando um ao outro como o causador das dificuldades, devemos nos ajudar e nos encorajar.
No escrito “Carta aos Irmãos”, Nitiren Daishonin exemplifica essa relação ao afirmar: “Quando seu marido é feliz, a esposa será realizada. Se seu marido é um ladrão, ela se tornará uma ladra também”. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. I, pág. 241.) Muitos poderão discordar, replicando que a mulher tem uma identidade separada do marido. Porém, observando o trecho anterior desse escrito: “Se um dos senhores desistir no meio do caminho, ambos falharão em alcançar o estado de Buda” (ibidem), podemos compreender o real significado desta afirmação de Daishonin.
Fundamentalmente, nossa felicidade ou iluminação depende unicamente de nossos esforços e não das ações de outras pessoas. Porém, quando compartilhamos uma relação próxima ou um compromisso com outra pessoa, nossa vida torna-se ligada à dela e, nesse sentido, não podemos estar completamente satisfeitos se ele ou ela estiver infeliz. Mesmo que uma mulher seja feliz individualmente, se o marido a quem ama estiver sofrendo ela se sentirá insatisfeita. Por essa razão, ela deve apoiar os esforços do marido para tornar-se feliz. E, naturalmente, este mesmo raciocínio mantém-se verdadeiro na atitude de um marido em relação à sua esposa.
Praticamos o budismo para beneficiar não só a nós mesmos, como todos ao nosso redor e, em um sentido mais amplo, toda a humanidade. Nós, que abraçamos a Lei Mística, somos fundamentalmente nobres Bodhisattvas da Terra. Somos companheiros que prometemos, juntos, na Cerimônia no Ar, realizar o Kossen-rufu.
É essa missão em comum que nos une, nos faz transcender as diferenças, nos aproxima e nos permite conquistar a felicidade.
O importante é realizarmos uma prática para compreender a cada momento a nossa missão naquele local ou com aquelas pessoas, percebendo que a existência do outro, algumas vezes, parece ser um “problema”, mas é a oportunidade de transformarmos as causas negativas que criamos ao longo de várias existências.
O nosso ambiente é como um espelho que reflete a essência de nossa própria vida, mostrando claramente aquilo que precisamos mudar.
O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, observou certa vez que percebe constantemente, mesmo no caso de simpatizantes, pessoas que tiveram problemas com doenças ensinarem o budismo para outras nas mesmas condições. Segundo ele, perante o Gohonzon, todas as pessoas são iguais e não há nenhuma distinção. Mas pessoas problemáticas geralmente possuem como kenzoku pessoas igualmente problemáticas e difíceis.
O budismo nos direciona a fazer causas positivas que nos permitem mudar o rumo de nossa vida, podendo compartilhar uma grande transformação com as pessoas à nossa volta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário