segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Abraçar o Gohonzon é a própria iluminação

Qual é a razão disso? Um buda é aquele que serviu a centenas, a milhares, a dezenas de milhares, a incontáveis budas e executou um número incalculável de práticas religiosas. Ele se empenha corajosa e ininterruptamente e seu nome é universalmente conhecido. Um buda é aquele que compreendeu a Lei insondável e nunca antes revelada, pregando-a de acordo com a capacidade das pessoas, ainda que seja difícil de compreender sua intenção. (LS2, 23–24.)
Nessa passagem, Sakyamuni menciona as práticas realizadas em existências prévias para indicar que a sabedoria dos budas é infinitamente profunda e imensurável. Um buda é aquele que serviu a incontáveis outros budas em existências anteriores e conduziu corajosa e ininterruptamente incalculáveis práticas para então se iluminar a uma Lei extraordinária.
O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, comenta: “Um buda é aquele que experimentou e realizou todas as formas de práticas em existências prévias. Nesse sentido, ‘buda’ significa um ‘perito na prática budista’. Sakyamuni vivenciou a experiência e os benefícios e todas as práticas que realizou no passado. Por essa razão, conseguiu expor os ensinos que se adequavam perfeitamente à capacidade das pessoas e ao tempo. Um buda é alguém cuja riqueza de experiências no passado produz uma riqueza espiritual no presente”. (Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo [PHJ], pág. 63.)
Para Sakyamuni, as pessoas não deveriam realizar as mesmas práticas religiosas que ele havia feito. Na verdade, ele tentava ensiná-las a acreditar no Buda que possui esses méritos, depositando a fé no ensino exposto por ele.
Nos dias atuais, realizar “um número incalculável de práticas”, servindo a incontáveis budas é recitar o Nam-myoho-rengue-kyo, revelado por Nitiren Daishonin. Ele afirma: “Os cinco caracteres do Myoho-rengue-kyo, o âmago do ensino essencial do Sutra de Lótus, contêm todos os benefícios acumulados pelas práticas benéficas e atos meritórios de todos os budas por todo o passado, presente e futuro”. (As Escrituras de Nitiren Daishonin [END], vol. IV, pág. 246.)
Esse mantra é a “Lei insondável” e as pessoas que o recitam diante do Gohonzon, o objeto de devoção inscrito por Daishonin, e a propagam, podem atingir o estado de Buda. O segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, observa: “Do ponto de vista dos ensinos de Nitiren Daishonin, o Buda (o Gohonzon) de Nam-myoho-rengue-kyo é a Lei fundamental que dá surgimento a cem, a mil, a dez mil ou a um milhão de budas. Portanto, ao recitarmos simplesmente o Nam-myoho-rengue-kyo obtemos mais benefícios do que conseguiríamos servindo pessoalmente a muitos budas por meio de árduas austeridades. O benefício desta única prática equivale ao de um número incalculável de austeridades realizadas por todos os budas”. (PHJ, pág. 67.)
Daishonin revela que “abraçar o Gohozon é a própria iluminação” (juji soku kanjin, em japonês). No escrito “O Verdadeiro Objeto de Devoção”, ele afirma: “Tanto as práticas como as virtudes resultantes que o Buda Sakyamuni alcançou estão todas contidas em uma única frase, Myoho-rengue-kyo. Se acreditarmos nisso, naturalmente teremos garantido os mesmos benefícios que ele teve”. (END, vol. I, pág. 72.)
Com relação à passagem “Ele se empenha corajosa e ininterruptamente” (Yumyo shojin), o 26o sumo-prelado, Nitikan Shonin, interpretou “corajosa” como agir com coragem e “ininterruptamente”, usar totalmente a sabedoria. Ele explica que “corajosa e ininterruptamente” significa exercitar corajosamente o poder da fé ao máximo.
Do ponto de vista do Budismo Nitiren, “ininterrupto” significa realizar as práticas individual (recitação do Gongyo e Daimoku) e altruística (ensinar o budismo a outras pessoas). Nitikan ensina que o mais importante é recitar o Daimoku a cada dia com sinceridade e consistência. Somente então essa prática servirá para polir a vida e se atingir o estado de Buda na presente existência.
O presidente Ikeda observa: “Podemos atingir imediatamente essa vasta condição de vida do estado de Buda — exatamente agora, exatamente onde estamos. Dessa forma, na sociedade contamos aos outros sobre a alegria que experimentamos ao manifestar esse estado de vida. Essa prática representa a quintessência do Budismo de Nitiren Daishonin”. (PHJ, pág. 68.)
O trecho “seu nome é universalmente conhecido” se refere ao reconhecimento daqueles que se empenharam na prática de forma corajosa e ininterrupta. Com sua prática budista exemplar, eles comovem o coração de todos os budas e bodhisattvas das dez direções e são protegidos por eles. No escrito “Resposta a Kyo’o”, Daishonin afirma que aqueles que recitam devotadamente o Daimoku conseguem superar quaisquer obstáculos.
Segundo Tient’ai, a “Lei insondável”, descrita nessa passagem significa “aprofundar-se até chegar à própria essência da iluminação”. E “nunca antes revelada” indica que até então ninguém conhecia essa Lei e que o próprio Sakyamuni a desconhecia até atingir a iluminação.
Todos os ensinos anteriores ao Sutra de Lótus foram ensinados pelo Buda de “acordo com a capacidade das pessoas”. Esses ensinos pré-Sutra de Lótus tinham como finalidade despertar as pessoas para a Lei única ensinada no Sutra de Lótus.
Jossei Toda explica que “um buda é aquele que compreendeu a Lei insondável e nunca antes revelada” refere-se ao Dai-Gohonzon do Budismo Nitiren.
E “ainda que seja difícil compreender sua intenção”, à visão limitada dos mortais comuns que torna difícil despertarem para a essência do Gohonzon. Ele observa que somente com a fé no Gohonzon se consegue fazer emergir a mais elevada sabedoria, ou a percepção de um buda.
A “intenção” de Nitiren é possibilitar todas as pessoas a se tornarem budas. Portanto, é impossível aqueles que abraçam seu budismo por toda a vida não atingirem a verdadeira felicidade, conforme ele ensina: “Desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de Buda”. (END, vol. II, pág. 205.)
Aqueles que consideram os acontecimentos da vida como um caminho para se atingir a felicidade, como um treinamento para polir a vida, compreenderão mais tarde o profundo “significado” e a “intenção” de cada um desses acontecimentos.
Quando se ora sinceramente ao Gohonzon, é possível compreender a “intenção” do buda.

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