segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Os benefícios da prática budista

Sem perceber a natureza da própria vida, as pessoas não conseguem erradicar as graves ofensas, que se referem à ignorância, a origem de todo o mal. Essa ignorância faz com que as pessoas cometam calúnias à Lei, denegrindo-a ou ao ensino correto do Budismo Nitiren.
No Budismo de Tient’ai, somente é possível erradicar essa ignorância por meio da prática da observação da própria mente; em outras palavras, da sabedoria. No Budismo Nitiren, a escuridão fundamental é erradicada pela espada cortante da fé, de acordo com o princípio de “substituição da sabedoria pela fé”. Essa é a essência da prática da recitação do Daimoku.
Ou seja, se a pessoa buscar a iluminação ou o benefício fora de si, não estará seguindo a prática da “observação da própria mente” — o caminho que permite vencer o mal fundamental da ignorância ou escuridão. Por isso, todos os esforços e boas ações para atingir a iluminação serão sem efeito; inúteis como calcular a imensa riqueza do vizinho. Como nenhuma dessas atitudes levará à erradicação da ignorância, se tornará uma “austeridade angustiante e sem fim”.
Por exemplo, se recitar Daimoku e, ao mesmo tempo, culpar os outros ou as circunstâncias, estará evitando o desafio de enfrentar a própria ignorância ou escuridão. Isso é o mesmo que buscar a iluminação ou os benefícios fora de si. Ao mudar interiormente num nível fundamental, começará a melhorar a situação. A oração é a força motriz dessa mudança.
É também importante não cair na armadilha de desenvolver uma fé dependente, depositando as esperanças de que as orações serão respondidas graças a poderes divinos ou transcendentais de deuses e budas. Esse é um exemplo típico de uma pessoa que vê a Lei fora de si mesma. Esse tipo de fé, cuja essência é o escapismo, era mantida pelos seguidores dos budas provisórios dos ensinos pré Sutra de Lótus.
Mesmo que esteja sofrendo, se tiver uma fé dependente, evitará os problemas. Não terá coragem para desafiar nem realizar esforços para mudar as circunstâncias. No entanto, sem empenho não há como acionar as engrenagens da revolução humana. Nesse caso, a fé serve como escudo para as pessoas se esconderem e fugir da realidade. Assim, elas esperam que os benefícios aconteçam apenas por estarem praticando o budismo. Sem enfrentar de frente os problemas e situações, nada muda, levando à dúvida.
As queixas e as lamentações são as principais portas pelas quais as dúvidas e as descrenças se infiltram. Porém, muitas vezes, mesmo sabendo que estão erradas, as pessoas agem dessa forma. Quando queixas e lamentações se tornam um hábito, funcionam como um freio que as impedem de crescer e avançar. É como se bloqueassem seu potencial, caindo no caminho da busca pela Lei fora de si mesma. Apesar de ser um grande desafio parar de lamentar, a Lei Mística possibilita às pessoas manifestarem a sabedoria para controlar essas tendências e usá-las como um trampolim para o crescimento e o desenvolvimento individual.

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