terça-feira, 26 de outubro de 2010

Capítulo Hoben (Meios)

Niji sesson. Ju sanmai.Anjo ni ki. Go Sharihotsu. Sho-bu-ti-e. Jinjin muryo. Go ti-e mon. Nangue nannyu. Issai shomon. Hyaku-shi-butsu. Sho-fu-no-ti. 
Nesse momento, o Buda levantou-se serenamente de sua meditação e dirigiu-se a Sharihotsu, dizendo: "A sabedoria dos budas é infinitamente profunda e imensurável. O portal dessa sabedoria é difícil de compreender e de transpor. Nenhum dos homens de erudição ou de absorção é capaz de compreendê-la.
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Sho-i sha ga. Butsu zo shingon. Hyaku sen man noku. Mushu sho butsu. Jin gyo sho- butsu. Muryo doho. Yumyo shojin. Myosho fu mon. Joju jinjin. Mi-zo-u-ho. Zui gui sho setsu. Ishu nangue.

Qual é a razão disso? Um buda é aquele que serviu a centenas , a milhares, a dezenas de milhares, a incontáveis budas e executou um número incalculável de práticas religiosas. Ele empenha-se corajosa e ininterruptamente e seu nome é universalmente conhecido. Um Buda é aquele que compreendeu a Lei insondável e nunca antes revelada, pregando-a de acordo com a capacidade das pessoas, ainda que seja difícil compreender a sua intenção.
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Sho-i-sha-ga. Nyo-rai-ho-ben. Ti-ken-ha-ra-mi-tsu. Kai-i-gu-soku
Qual a razão disso? A razão está no fato de o Buda ser plenamente dotado dos meios e do paramita da sabedoria.
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Shari-hotsu. Nyo-rai-ti-ken. Ko-dai-jin-non. Mu-ryo-mu-gue. Riki..Mu-sho-i.Zen-jo. Gue-da. San-mai. Jin-nyu-mu-sai.Jo-ju-i-sai. Mi-zo-u-ho.
Sharihotsu, a sabedoria do Buda é ampla e profunda. Ele é dotado de imensurável benevolência, ilimitada eloqüência, poder, coragem, concentração, liberdade e samadhis (meditação), aprofundou-se no reino do insondável e despertou para a Lei nunca antes revelada.
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Shari-hotsu. Nyo-rai-no. Shu-ju-fun-betsu. Gyo-se-sho-ho. Gon-ji-nyu-nan. E-ka-shu-shin. Shari-hotsu.Shu-yo-gon-shi. Mu-ryo-mu-hen. Mi-zo-u-ho. Bu-shitsu-jo-ju.
Sharihotsu, o Buda é aquele que sabe como discernir e como expor os ensinos habilmente. Suas palavras são ternas e gentis e podem alegrar o coração das pessoas. Sharihotsu, em síntese, o Buda compreendeu perfeitamente a Lei ilimitada, infinita e nunca antes revelada.
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Shi-Shari-hotsu. Fu-shu-bu-setsu. Sho-i-sha-ga. Bu-sho-jo-ju. Dai-iti-ke-u. Nan-gue-shi-ho.
Chega, Sharihotsu! Não vou mais continuar pregando. Por quê? Porque a Lei que o Buda revelou é a mais rara e a mais difícil de compreender.
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Yui-butsu-yo-butsu. Nai-no-ku-jin. Sho-ho-ji-so. Sho-i-sho-ho. Nyo-ze-so. Nyo-ze-sho. Nyo-ze-tai. Nyo-ze-riki. Nyoze-sa. Nyo-ze-in. Nyo-ze-en. Nyo-ze-ka. Nyo-ze-hô Nyo-ze-hon má-ku-kyo-tô
A verdadeira entidade de todos os fenômenos somente pode ser compreendida e partilhada entre os budas. Essa realidade consiste de aparência, natureza, entidade, poder, influência, causa interna, relação, efeito latente, efeito manifesto e consistência do início ao fim.

O Budismo de Nitiren Daishonin

O que é budismo? O Sutra de Lótus dá a resposta mais clara possível — é uma filosofia de vida. Mais especificamente, o budismo ensina como purificar a vida, desenvolver a sabedoria para compreender a verdade da vida e a estabelecer a verdadeira independência.

No milênio que se seguiu à morte do Buda Sakyamuni, seus ensinos foram registrados e transmitidos, dando surgimento a uma confusa série de sutras. Porém, quando se reconhece que o Sutra de Lótus é o âmago de todos eles, compreende-se que juntos formam o que é na verdade uma volumosa elucidação da filosofia da vida. No entanto, os sutras budistas apresentam individualmente muitos mistérios aparentes. Alguns propõem, por exemplo, regras de disciplina monástica que traçam rigorosamente como deve ser o comportamento correto ao passo que outros contam histórias de um passado inimaginavelmente distante como se tivessem acontecido ontem. De acordo com alguns sutras, incontáveis budas e bodhisattvas do distante passado, e também dos confins do Universo, reúnem-se onde Sakyamuni está expondo seus ensinos aos seus discípulos.
Outros também descrevem um certo mundo que fica a dez milhões de anos luz da Terra de forma tão clara como se fosse projetado em uma tela, ou sustentam que um bodhisattva foi às entranhas da terra para ver sua mãe em uma existência passada. Muitas outras parábolas e acontecimentos inconcebíveis são descritos nos sutras. O grande número de escrituras budistas pregadas por Sakyamuni são cheias de mistérios, como se fossem uma grande selva sem trilhas.

Vagando por essa densa floresta das doutrinas budistas, muitos adeptos ficaram completamente confusos. Eles eram forçados a escolherem um sutra, apesar de terem apenas uma informação parcial e não soubessem exatamente onde estavam ou para onde iam. É por isso que surgiu um grande número de interpretações conflitantes e escolas à mesma época em que os ensinos de Sakyamuni se propagaram na Índia, no Tibete, na China, no Japão, em Mianmar e na Tailândia — todos países que tiveram contato com o budismo.

No entanto, o próprio Sakyamuni deixou uma indicação para conduzir as pessoas às suas verdadeiras intenções. No Sutra de Lótus e em seu prólogo, o Sutra Muryogui (Sutra dos Infinitos Significados), consta que o Sutra de Lótus revela a verdade máxima da iluminação de Sakyamuni e que é o mais supremo de todos os seus ensinos. Todavia, muitas pessoas desprezavam isso cheias de indiferença, ou talvez por não terem conhecimento, e em conseqüência perdiam-se no meio do caminho.

Em vários períodos da história, eruditos budistas, tais como Nagarjuna, Vasubandhu, Tient’ai e Dengyo, compreenderam que o Sutra de Lótus é o mais profundo de todos os ensinos de Sakyamuni. Eles descobriram que o Sutra de Lótus dava significado a todos os outros. Ele integra as verdades parciais em uma imagem global e todas as doutrinas de Sakyamuni em um sistema filosófico de grande alcance. É isso o que se chama filosofia da vida.

O que então Sakyamuni quis transmitir com o Sutra de Lótus? Sua iluminação foi a compreensão da única verdade subjacente a toda vida. Não apenas Sakyamuni, mas também Sharihotsu, Mahakashyapa e outros discípulos também atingiram a iluminação por meio dessa verdade. Ela foi, e sempre será o único caminho para a iluminação para todos os budas no Universo. Em resumo, as pessoas podem atingir o estado de Buda apenas compreendendo a existência dessa verdade.

Essa verdade é a Lei eterna que existe nas mudanças fenomenais no Universo e permeia a vastidão ilimitada do espaço. É também a Lei fundamental que opera nas profundezas de cada vida. A vida tem uma variedade infinita de manifestações e funções, mas a entidade da Lei da vida permeia todos os fenômenos. As outras escrituras budistas, excetuando-se o Sutra de Lótus, são apenas parciais e dão explicações relativas da Lei fundamental da vida.

O budismo classifica em dez categorias ou estados de existência as condições sempre mutáveis da vida. Este conceito é chamado de Dez Estados da Vida. O Inferno é o estado em que as pessoas são dominadas pelo impulso de destruir e de arruinar a todos, incluindo a si próprias. A Fome é o estado do desejo insaciável, e no estado de Animalidade as ações são direcionadas para a autoconservação e o benefício imediato, faltando qualquer autocontrole. Quando uma pessoa é egoísta e impelida pelo espírito competitivo de dominar, ela está no estado de Ira.

O próximo, Tranqüilidade, é um estado sereno no qual as pessoas controlam seus desejos ou impulsos por meio da razão, e o estado de Alegria é a felicidade que se experimenta da satisfação de um desejo ou de uma luta vitoriosa. Ambos surgem da relação entre a vida e os fatores externos que a rodeiam. Por essa razão, quando o equilíbrio da vida é perturbado, a tranqüilidade e o contentamento inevitavelmente se afundam no estado de Inferno, Fome, Animalidade ou Ira.

A função do budismo é despertar nas pessoas a realidade máxima da vida que se encontra sob os desejos e impulsos para que possam manter conscientemente o equilíbrio na vida. Em alguns casos, as pessoas compreendem essa realidade por meio dos ensinos de seus antecessores e em outros tentam compreendê-la intuitivamente pela observação dos fenômenos naturais. O estado de vida do primeiro grupo é chamado Erudição, e o do segundo, Absorção.

A Erudição e a Absorção surgem quando a pessoa tenta conscientemente compreender a verdade máxima da vida. No entanto, se os esforços forem direcionados apenas para o auto-aprimoramento, qualquer verdade obtida nunca deixará de ser apenas parcial. Cada forma de vida está inseparavelmente ligada a todos os outros seres e coisas no Universo porque a realidade máxima da vida que sustenta todas elas é una com a vida do Universo. Conseqüentemente, na tentativa de obter uma visão completa e global da verdade da vida, as pessoas devem compreender primeiro que elas não podem existir separadamente dos outros seres vivos e depois devem se identificar com as dores dos outros a ponto de empenharem-se totalmente para atenuarem os sofrimentos daqueles que estão ao seu redor. O nono estado, Bodhisattva, é a expressão da total devoção em ajudar e apoiar os outros e indica uma vida cheia de compaixão. O mais elevado de todos, o estado de Buda, é alcançado quando a pessoa tem sabedoria para compreender a essência da própria vida e da dos outros, que continua em perfeita harmonia com o ritmo do Universo e existe desde o infinito passado até o eterno futuro.

Os outros sutras consideravam os Dez Estados como separados e independentes um do outro, como partes de um todo sem correlação. Não havia uma explicação sistemática dos Dez Estados. Em contraste, graças ao Sutra de Lótus pode-se compreender que cada um dos Dez Estados inclui os outros estados e que uma pessoa tem o potencial para manifestar todos os Dez Estados. Além disso, uma lei universal regula seus aspectos mutáveis. Essa lei, os Dez Fatores da Vida, aplica-se em qualquer momento aos Dez Estados e é comum a cada entidade de vida. Os Dez Fatores são mencionados no 20 capítulo do Sutra de Lótus, Hoben (Meios), e consistem de Aparência, Natureza, Entidade, Poder, Influência, Causa Interna, Relação, Efeito Latente, Efeito Manifesto e Consistência do Início ao Fim de todos os nove fatores. Enquanto os Dez Estados expressam as diferenças entre os fenômenos da vida, os Dez Fatores descrevem o modelo de existência comum a todos os fenômenos mutáveis.

A vida se manifesta de maneiras diversas e dessa forma revela seu caráter distintivo. Pelo fato de cada forma de vida ter suas próprias qualidades únicas, os dois conceitos dos Dez Estados e dos Dez Fatores não são suficientes para compreender a vida em sua totalidade. Os Três Domínios da Individualização da Vida, que são também expostos no Sutra de Lótus, são necessários para uma total expressão da vida. Eles são Os Cinco Componentes, o Ambiente Social e o Ambiente Natural. No Ambiente Natural, como o ar, a terra, o mar, os rios e os raios do sol, os seres vivos de uma espécie em particular ajudam-se uns aos outros e cooperam com outras formas de vida na luta pela sobrevivência. À medida que crescem, os seres vivos influenciam e incorporam o ambiente ao seu redor tanto física como espiritualmente. Eles adquirem distinções de acordo com as peculiaridades de seu ambiente. A teoria dos Três Domínios foi exposta para uma análise e compreensão da individualização da vida.

As doutrinas anteriores, reveladas pelos sutras de Sakyamuni, nem sempre são escritas em linguagem clara o bastante para que todas as pessoas compreendam. Foi preciso um filósofo e mestre do budismo tal como o Grande Mestre Tient’ai (Chih-i) da China para compreender esses princípios por meio de um amplo estudo e um profundo discernimento para depois incorporá-los no sistema de filosofia que foi chamado de Itinen Sanzen (Três Mil Mundos em Um Único Momento da Vida).

Suas realizações tiveram grande influência sobre o pensamento budista na China e no Japão. No entanto, o Budismo de Tient’ai era muito difícil de ser transmitido para a maioria das pessoas. Para compreendê-lo, era preciso uma inteligência incomum e também um conhecimento geral das escrituras budistas e de teorias formuladas por eruditos tais como Nagarjuna. Em conseqüência disso, a filosofia de Tient’ai, apesar de revelar profundamente o significado da vida, despertou pouco interesse no budismo por parte das pessoas.

Muitas pessoas, incluindo até mesmo os monges sábios, ficaram confusas com as doutrinas alegóricas que descreviam os poderes ocultos dos budas e bodhisattvas. Eles ficaram tão desorientados que apenas podiam considerar o budismo com uma reverência cega. Alguns criaram esperanças de salvação por meio de complicados rituais esotéricos budistas. Para eles, o budismo era um barco para tirá-los completamente das duras realidades dos sofrimentos mundanos e levá-los para além das praias do nirvana.

Os verdadeiros ensinos do budismo, no entanto, não são escapistas nem relativos ao além-túmulo. Um conceito fundamental é a idéia de que compreendendo a verdade máxima inerente em nossa própria vida podemos atuar destemida e vigorosamente e compreender ao mesmo tempo que toda vida, incluindo a nossa, é sagrada. É lamentável que esse espírito fundamental tenha-se perdido em uma fraseologia confusa. Mesmo hoje ele continua obscuro para a grande maioria das pessoas em todo o mundo.

Nitiren Daishonin, que nasceu no Japão em 1222, expressou de forma concreta e prática a filosofia budista que Sakyamuni ensinou e Tient’ai iluminou. Ela foi portanto colocada na berlinda e tornou-se relevante para a vida diária das pessoas. Sua realização foi como a de alguém que apresenta uma complexa teoria científica em aplicações práticas. Foi como uma obra de arte que exprime o nobre espírito do artista e a filosofia de sua época, dando-lhe o poder de afetar diretamente e comover as pessoas que a encontram.

A escuridão fundamental da vida

Pergunta: Poderia exemplificar com trechos de alguns escritos de Nitiren Daishonin como podemos vencer a escuridão fundamental inerente em nossa vida?
Reposta: O budismo elucida que a escuridão fundamental ou ilusão, a força da qual o mal se origina, existe na vida humana. Ao mesmo tempo, ensina também que as pessoas podem livrar-se dessa ignorância e manifestar sua natureza do Darma, ou iluminação inerente.
Embora o Sutra de Lótus [de Sakyamuni] afirme iluminar a escuridão da ignorância fundamental, na realidade, não tem sido capaz de iluminar a escuridão dos Últimos Dias da Lei. Ao ler o Sutra de Lótus, resistido a perseguições e propagado a Lei Mística [o ensino oculto nas profundezas do Sutra de Lótus] com devoção abnegada, Daishonin confirmou sua missão como Bodhisattva Práticas Superiores, o líder dos Bodhisattvas da Terra, aquele que dissipa a escuridão da ilusão fundamental.
Sobre a iluminação dos seres humanos na sua forma presente, Daishonin nos ensina em “A Frase Essencial”: “[Isto é ainda mais extraordinário do que] produzir fogo de uma pedra tirada do fundo de um rio, ou uma lamparina que ilumina um local que permaneceu em total escuridão por centenas, milhares e dezenas de milhares de anos. Se mesmo os fatos comuns deste mundo são considerados místicos, então, ainda mais místico é o poder da Lei budista!” (The Writings of Nichiren Daishonin, pág. 923.)
No momento em que uma lamparina é acesa o ambiente é iluminado, independentemente do tempo que permaneceu na escuridão. E quando o sol surge, a escuridão desaparece num instante. Mesmo que sejamos pressionados pelo peso de nosso carma negativo, pelos desejos mundanos e os sofrimentos de nascimento e morte, o fato é que possuímos a natureza de Buda dentro de nós para evidenciarmos e atingirmos a iluminação em nossa presente forma. Podemos mudar definitivamente nosso destino e atingir o estado de Buda por meio da forte fé na Lei Mística.
Em outro escrito de Daishonin consta: “Se acender uma lamparina para uma outra pessoa, iluminará também o seu próprio caminho.” (Gosho Zenshu, pág. 1.598.) Todos são pessoas de valor. Daishonin ressalta que respeitar os outros, como exemplificado pelas ações do Bodhisattva Jamais Desprezar, constitui a base da prática do Sutra de Lótus, e que realizar o Chakubuku é conduzir a prática desse bodhisattva. Quando nos empenhamos de corpo e alma a encorajar as pessoas, convictos de que cada uma delas possui uma missão preciosa, somos capazes de revelar o potencial não só dessas pessoas, mas o nosso também.
O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, retrata o Bodhisattva Jamais Desprezar dizendo que não era uma pessoa eloqüente. Não demonstrava superioridade. Apenas seguia plantando a semente do Sutra de Lótus no coração das pessoas com uma simplicidade tão grande que chegava a parecer ingenuidade. No passado, presente e futuro, o espírito do Sutra de Lótus vive em tal conduta. Esse é o próprio comportamento dos membros da SGI. Todos que estão lutando na linha de frente de nosso movimento são, na verdade, os próprios Bodhisattvas Jamais Desprezar.
O Chakubuku é a prática de respeitar as pessoas e tem como finalidade conduzi-las à iluminação com base na filosofia e no espírito benevolente do Sutra de Lótus. É a prática correta para dissipar tanto a escuridão fundamental que se aloja na vida das pessoas assim como em nossa própria vida. Daishonin nos ensina também a respeitar os outros, não só quando propagamos o budismo, mas em todos os sentidos, pois esse é o modo correto de os seres humanos se comportarem.

Os Oito Ventos (happu)

Lucro e prejuízo, difamação e fama, elogio e repreensão, sofrimento e alegria são todos impermanentes; portanto, por que deveriam ser causa de satisfação ou de insatisfação?
Os Oito Ventos são as oito condições mencionadas nos dois primeiros versos da estrofe acima. O Buda ensinou que tais condições são elementos naturais da vida.
Todos passaremos por essas experiências várias vezes em muitas vidas. O Buda também ensinou a não permitir que nenhum desses Oito Ventos nos sopre para fora de curso, a vê-los como condições temporárias, que nos apresentam oportunidades de aprender algo novo. A preocupação desmedida causada por algum desses ventos é sinal de que certamente ainda temos algo a aprender.
Se não pararmos para refletir profundamente a respeito dos Oito Ventos, tenderemos a acreditar que o lucro, a fama, o elogio e a alegria são melhores que o prejuízo, a difamação, a repreensão e o sofrimento. Tal propensão é um excelente referencial para ajudar-nos a analisar até que ponto acreditamos ser real a ilusão de termos uma individualidade isolada.

A prosperidade abrange todas as formas de lucros e ganhos. Nessa condição, a pessoa busca somente progresso material, profissional ou financeiro, afastando-se da prática budista. “Voltarei a participar das atividades mais assiduamente depois que vencer profissionalmente” ou “minha vida está indo de vento em popa. Não preciso me esforçar tanto na prática.”
O declínio significa enfraquecimento e perda. Desmotivadas pelas condições de vida desfavoráveis, as pessoas tendem a perder a energia e a coragem, desviando-se da prática correta. Elas pensam: “Puxa, tenho praticado tanto e minha condição nunca melhora!” ou “Quando tiver melhores condições financeiras participarei mais ativamente das atividades da organização”.
A honra é um sentimento que leva o ser humano a procurar merecer e manter a consideração daquele ao seu redor. Porém, a distorção de seu significado pode levar as pessoas a se tornarem arrogantes e autoritárias. Pensar que já sabe o suficiente da prática budista devido aos anos de prática, colocando-se acima de recém- convertidos, é um exemplo desse tipo de conduta.
A desgraça é uma condição em que a pessoa perde a credibilidade e o respeito por parte dos outros em decorrência de falhas ou atitudes praticadas pela própria pessoa ou, ainda, por intrigas e difamações de pessoas ao seu redor motivadas por inveja ou rancor.
O elogio é o enaltecimento expresso por meio de palavras ou gestos. Contudo, essas manifestações podem se tornar prejudiciais quando as pessoas passam a depender disso, condicionando seu avanço ou sua ação ao reconhecimento dos outros. Quando, por exemplo, não recebem elogios por seus esforços em uma atividade, desanimam em sua prática budista, pensando. “Não vou mais me dedicar, pois as pessoas não reconhecem meu empenho”.
A censura é o ato de repreender ou insultar. Há pessoas que, ao serem repreendidas ou orientadas com rigorosidade, acabam desanimando ou se irritando com as outras, afastando-se delas e até da prática budista. “Não gostei de ser repreendido. Não vou mais apoiar esta atividade”, ou “meus familiares que não praticam me criticam por participar das atividades. Não sei o que fazer”.
O prazer, nesse contexto, refere-se a qualquer tipo de atividade prazerosa que desvie a pessoa da prática correta. Como, por exemplo: “Agora vai passar aquele programa que eu gosto na televisão. Depois eu faço o Gongyo”, ou “hoje tem reunião na comunidade, mas o pessoal me convidou para jogar bola. Será que vou?”
O sofrimento diz respeito à dor física e espiritual que nos leva a desanimar na prática budista e a ter pensamentos como: “Devido a um grave problema de doença em minha família no momento, não tenho condições de praticar”, ou “meus sofrimentos são tão grandes que o budismo não irá solucioná-los”.

O mundo visto pelo buda

Qual o propósito da vida? A felicidade. E qual o propósito da religião ou da fé? Deve ser igualmente a felicidade do ser humano.
O que, então, vem a ser a felicidade? Em que consiste uma vida feliz?
Se a felicidade pudesse ser encontrada nos prazeres efêmeros, o mundo estaria transbordando de felicidade. Se a verdadeira felicidade pudesse ser encontrada em uma vida só de entretenimento, então, o mais apropriado seria consagrar-se ao hedonismo. Porém, do ponto de vista da eternidade da vida, por todo o passado, presente e futuro, essa felicidade é uma ilusão e, no final, irá se mostrar inútil e vazia.
O budismo ensina como podemos atingir uma felicidade indestrutível ou, como dizia o presidente Toda, “um estado de vida de felicidade absoluta”.(...)
A frase (do Sutra de Lótus) “Por asamkhya de kalpas, sempre estive no Pico da Águia e em muitos outros lugares” significa literalmente que o Buda se encontra no Sagrado Pico da Águia durante um período inconcebivelmente longo e que também aparece em diversos mundos das dez direções.
Do ponto de vista do Budismo de Nitiren Daishonin, isso indica que o Gohonzon existe somente em nossa vida, em todos os momentos e onde quer que estejamos. O Gohonzon sempre está “junto” a nós e “ao nosso lado”, não se afastando de nós por um instante sequer. Ele está sempre conosco. Por favor, vamos gravar essas palavras no coração.
A partir do próximo verso, “Enquanto os seres presenciam o final de um kalpa...”, temos uma descrição de dois mundos completamente distintos. O verso “Enquanto os seres presenciam o final de um kalpa e tudo é consumido em chamas” descreve um mundo de sofrimento que reflete a condição de vida das pessoas. É, na verdade, um estado infernal de sofrimento e temor. Porém, a partir do verso “Esta minha terra permanece segura e tranqüila”, a cena muda completamente. Observamos aqui, paz e tranqüilidade. Há uma vibrante alegria, uma música cheia de vida e uma rica cultura. Este é o mundo visto pelo Buda com seu vasto estado de vida.
Na realidade, esses dois mundos são unos. As pessoas comuns e o Buda percebem e experimentam o mesmo mundo de formas totalmente distintas.
Nitiren Daishonin disse que essa “grande chama” que as pessoas percebem é o “grande fogo dos desejos mundanos”. (Gosho Zenshu, pág. 757.) Não é o mundo, mas sim sua própria vida que está sendo consumida pelas chamas. E, em face disso, as pessoas tremem de medo.
Por isso, o buda as aconselha, dizendo: “O que têm a temer ou a lamentar? A verdade não é tudo o que estão percebendo!” E lhes diz: “Esta terra onde habito está sempre segura e tranqüila.”
Com essas poucas palavras, o Buda dissipa as ilusões das pessoas e “abre” seu estado de vida superficial e limitado. São palavras de grande benevolência que expressam o desejo do Buda de elevar todas as pessoas, toda a humanidade até a suprema iluminação.
Os ensinos pré-Sutra de Lótus expõem que o Buda e as pessoas comuns vivem em “mundos diferentes”. Explica que as pessoas devem atravessar “este mundo”, o mundo saha, até o “outro mundo”, onde se acredita que o Buda habita, e isso só é possível por meio da prática durante um período de tempo extremamente longo.
Porém, o capítulo Juryo ensina que o Buda expõe eternamente a Lei neste mundo saha, que este mundo é a terra do Buda e que o Buda e as pessoas comuns habitam em um mesmo mundo saha.
Nitiren Daishonin afirma em uma de suas escrituras: “Os espíritos famintos vêem o Rio Ganges como fogo; os seres humanos vêem-no como água; e os seres celestiais como amrita.1 A água, em essência, é a mesma, mas aparece sob formas distintas conforme a condição cármica de cada pessoa.” (The Major Writings of Nichiren Daishonin, vol. 5, pág. 163.)
O que vemos difere conforme nosso estado de vida. Porém, quando nosso estado de vida muda, o “mundo” em que vivemos também se modifica. Este é o princípio supremo de “itinen sanzen real”, segundo o qual um único momento da vida contém os três mil mundos, tal como expressa o Sutra de Lótus.
Nitiren Daishonin disse sobre sua vida de contínuas perseguições: “Dia após dia, mês após mês, ano após ano, fui submetido a repetidas perseguições. As perseguições e hostilidades de conseqüências menores são tão numerosas que sequer as conto. Porém, as principais perseguições foram quatro.” (Ibidem, vol. 2, pág. 114.)
Durante seu exílio na Ilha de Sado — que foi incontestavelmente a perseguição de maior severidade — Nitiren Daishonin proclamou tranqüilamente: “Sinto uma imensurável alegria mesmo estando agora exilado.” (Ibidem, vol. 1, pág. 94.) Dessa condição elevada de vida tão vasta como o Universo, ele observava tudo com imperturbável tranqüilidade.
Tsunessaburo Makiguti, o presidente fundador da Soka Gakkai, suportou a dura vida na prisão porque tinha o seguinte em mente: “Quando penso nos sofrimentos que Daishonin enfrentou na Ilha de Sado, vejo que minhas dificuldades não são nada.” Ele também escreveu em uma carta: “Dependendo de como concebemos os fatos, podemos experimentar alegria mesmo no inferno.”
Um vasto estado de vida é produto de um forte humanismo. Para dar outro exemplo, recordo-me de como o segundo presidente, Jossei Toda, encarou o dia em que teve de cessar as atividades da editora que dirigia devido à crise da época. Descrevi essa cena em meu romance Revolução Humana.
Na época, eu tinha 21 anos. Como redator da revista mensal O Japão dos Meninos, estava tomado pelo entusiasmo. Porém, repentinamente, a publicação da revista foi interrompida. Foi realmente um grande choque, como se estivesse a bordo de um avião detido em pleno vôo.
Porém, quando olhei para o presidente Toda, vi que ele estava entretido em um jogo de shogui2 com um amigo, tranqüilo e imperturbável. Por uns instantes, não consegui entender como ele podia proceder daquela forma num momento tão crítico. Mas, pouco depois, o motivo ficou claro para mim. “Ele está certo. Para ele nada mudou. Seu aspecto é uma declaração de que dará continuidade a sua luta.” A inspiração que essa sua atitude infundiu em mim continua vívida até os dias de hoje.
Por mais violentas que sejam as tormentas do destino que nos assolam, nosso espírito de luta não deve vacilar o mínimo. Nossa fé, ou determinação, não deve absolutamente ser destruída. A frase “esta minha terra permanece segura e tranqüila” descreve esse estado de vida.
Eu sou um discípulo de Jossei Toda. Desde a época em que iniciei minha marcha junto a ele, aos dezenove anos, até os dias de hoje, compus uma história de meio século, suportando sucessivas tempestades e navegando por mares tempestuosos. Dessa forma, desenvolvi a força para resistir a qualquer adversidade sem vacilar o mínimo.
O presidente Toda nos ensinou que a frase “esta minha terra permanece segura e tranqüila” refere-se aos nossos lares, onde o Gohonzon está consagrado; nossos lares, estarão “seguros e tranqüilos” como resultado de nossa prática.
Haja o que houver, não devemos absolutamente ser derrotados. Avancemos orgulhosamente com um nobre estado de vida e com este espírito resoluto: “Sólido é o castelo de meu coração.”

A iluminação é a transformação do âmago da vida

No Ocidente, o Buda é confundido muitas vezes com a concepção cristã do deus absoluto. Por esse motivo, existem pessoas que não conseguem acalentar a convicção de que são capazes de alcançar a condição de Buda. Vamos esclarecer, então, a visão da iluminação segundo o Budismo de Nitiren Daishonin.
A iluminação é a transformação do âmago da vida. É a transformação da vida maculada pela ilusão fundamental por meio da crença de que a Lei Mística é inerente ao ser humano. Essa ilusão fundamental é a causa principal da infelicidade e dos sofrimentos.
Com a força dessa crença, é possível transformar a ilusão fundamental e envolver a vida com o poder ilimitado da Lei Mística, integrando nela a sabedoria dessa Lei. É justamente essa transformação que possibilita a manifestação da grandiosa vida do Buda no interior do ser humano.
Na explanação do escrito “Abertura dos Olhos”, publicada na revista Daibyakurengue, edição de novembro de 2005, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, comenta: “A origem de toda a infelicidade encontra-se na ilusão fundamental. Essa ilusão impede as pessoas de entenderem a Lei Mística como força básica do Universo e de sua própria vida. Não permite também que as pessoas acreditem na Lei Mística mesmo que alguém a ensine. A percepção do Buda transforma essa ilusão em sabedoria. Não é eliminar os desejos mundanos. Quando a ilusão é quebrada pela força da fé, a sabedoria emerge para transformar os desejos mundanos em iluminação”.
O potencial que transforma imediatamente a ilusão em sabedoria chama-se natureza de Buda. Essa natureza está originalmente dotada em todas as vidas.
Nitiren Daishonin denominou essa natureza de Buda inata na vida de todas as pessoas de Nam-myoho-rengue-kyo. Sua crença e sua prática transformam a escuridão em luz, os desejos mundanos em iluminação e estabelecem o caminho para a felicidade absoluta, isto é, a vida do Buda repleta de benefícios. Esta é a essência do Budismo Nitiren.
Desde a fundação de seu budismo, Daishonin avançou pelo caminho da propagação da Lei Mística com a convicção de que a sua recitação é fundamental para a salvação da humanidade.
O que devemos considerar nessa questão é que o estado de Buda emerge como efeito da luta interna que quebra a ilusão fundamental por meio da fé. Por essa razão, Daishonin dá ênfase à prática da recitação, advertindo que o Nam-myoho-rengue-kyo não deve ser considerado como uma Lei existente fora das pessoas. Caso contrário, não será mais Lei Mística.
“Da ilusão para a fé — esta mudança no âmago da vida é o ponto essencial do Budismo Nitiren. Quando cada pessoa estabelecer solidamente essa fé em seu coração, a natureza de Buda inata na vida será estimulada e se evidenciará como uma vigorosa energia vital. Ao contrário, a descrença fará com que a natureza de Buda fique inerte e a vida será envolta instantaneamente pela ilusão fundamental.”
Essa transformação não significa alcançar o estado de deus absoluto, nem um buda sob a concepção cristã de santo ou Deus. O budismo não expõe a personificação de deus absoluto, mas uma lei universal e fundamental que sustenta todos os seres viventes e todos os fenômenos do Universo. Essa lei é chamada de Lei Mística.
Nessa mesma explanação, o presidente Ikeda explica essa questão com um exemplo de fácil compreensão: “Por exemplo, quando espessas nuvens impedem a passagem da luz, a Terra permanece escura. Porém, quando as nuvens se dispersam e permitem a passagem da luz, a Terra fica clara imediatamente. Embora não tivesse ocorrido nenhuma mudança propriamente na Terra, ela emergiu da escuridão e tornou-se uma terra de esperança.
“Num escrito consta: ‘Uma pequena luz pode iluminar imediatamente um local que permaneceu na escuridão por milhões de anos.’ (Gosho Zenshu, pág. 1.403.) Conforme essa frase, uma luz pode dissipar a escuridão de uma caverna independentemente do tempo que ficara no escuro. Essa é a força de plantar a semente da Lei Mística”.
Se acender o fogo na escuridão fundamental, a escuridão desaparecerá instantaneamente. É uma transformação imediata. Este é o Budismo da Semeadura de Nitiren Daishonin.
O mundo escuro sem sabedoria transformando-se num mundo radiante e iluminado pelo sol da sabedoria — eis a mudança que é chamada de iluminação. Com a ascensão do sol, o mundo escuro torna-se claro e radiante. É a mudança para um mundo rico e colorido. O mundo em si não mudou em nada. A única diferença está em receber ou não os raios solares. Neste caso, o sol equivale à Lei Mística e seus raios são como luz da sabedoria. O mundo na escuridão é comparável à situação da vida envolta na ilusão fundamental.
No mundo dominado pela ilusão, os diversos tipos de desejos mundanos agem como obstáculos que impedem as ações da vida. Porém, quando a luz da sabedoria penetra nesse mundo, esses mesmos desejos mundanos deixam de agir como obstáculos. Um mesmo mundo, quando iluminado pela luz da sabedoria, transforma-se num mundo radiante, rico e livre onde não há qualquer obstáculo a atrapalhar as ações da vida.
A força ilimitada da Lei Mística surge na nossa vida no momento necessário e na intensidade necessária. Surge como um potencial para superar as ondas bravias do mundo real.
Podemos citar como exemplo a força da perseverança, a coragem diante de dificuldades, a sabedoria para vencer os impasses, força de concentração, serenidade. O sentimento de pensar no bem-estar dos outros é também uma manifestação da Lei Mística. E o budismo prega também a libertação dos sofrimentos da velhice e da morte. Todas essas mudanças são benefícios que se obtêm quando se transforma a ilusão fundamental em sabedoria.
Por meio da luta para transformar a ilusão fundamental é possível forjar a própria vida e obter a condição indestrutível de felicidade tal como a de um Buda. Isto se chama iluminação na presente existência.

A arrogância arruina a vida, e o respeito enobrece

Centralizar em si mesmo ou no mestre?

O maior inimigo da prática da fé é a arrogância e o ponto de vista distorcido. O presidente Makiguti advertiu rigorosamente: “Uma pessoa com ponto de vista distorcido é comparável a um músico que sopra o shakuhati (instrumento de sopro de bambu que se assemelha à flauta transversal) de ponta cabeça. Pode soltar um som turvo, e jamais poderá obter o puro e o verdadeiro som do instrumento, isto é, o verdadeiro benefício da prática da fé”.
Nunca seja egocêntrico. No mundo da fé, devemos viver centralizados na Lei Mística e no mestre. Este é o correto caminho.
Os líderes devem ser rigorosos consigo, pois aqueles que são egocêntricos causam muito desgosto aos membros em geral.

Valorizar cada membro

Na Campanha de Fevereiro, que promovi há 55 anos, eu respeitei, confiei e valorizei cada membro do fundo do meu coração. Assumi a liderança da atividade com o pensamento de que cada membro pudesse avivar a chama da esperança e se dedicar com convicção e coragem pelo Kossen-rufu.
Por meio dessa luta, foi possível abrir o caminho para a conquista do grandioso objetivo de 750 mil conversões, o forte desejo do presidente Toda.
Como todos sabem, o importante epicentro dessa campanha foi Kawazaki, na Província de Kanagawa.
Quando, juntamente com Shizuko Shiraki (responsável da DF do Distrito Kamata), visitei a Comunidade Kawazaki, apenas duas pessoas se reuniram. Ela pareceu-me bastante desapontada porque o número de participantes era muito pequeno. Eu, porém, cumprimentei-as alegremente e incentivei-as. Juntos realizamos um vibrante Gongyo.
Pode ser uma única pessoa. Se essa única pessoa levantar-se decididamente, ela poderá levantar muitas ondas de avanço no caminho do Kossen-rufu. Do acúmulo de ininterruptas pequenas lutas nasce a força que conduz à vitória.
No coração do líder não pode haver nenhum traço de arrogância e presunção. Jamais esqueça do puro sentimento que existia em seu coração no início da prática.
Não há necessidade de tratar os dirigentes de maneira especial. Não há necessidade de recebê-los e se despedir deles de forma cerimoniosa. A Soka Gakkai deve sempre colocar os membros em primeiro lugar. Gostaria de valorizar essas pequenas atitudes e fazê-las a grande tradição da Soka Gakkai.
Respeitar e louvar cada companheiro que atua em prol do Kossen-rufu como se fosse buda e reunir suas forças — essa luta do Bodhissattva Jamais Desprezar é que trará a vitória do Kossen-rufu.
Naquela memorável Campanha de Osaka em que o impossível tornou-se possível, a vitória foi conquistada porque houve a dedicada atuação tal como a de Jamais Desprezar.
Nitiren Daishonin adverte rigorosamente na “Carta de Sado”: “À parte disto, aqueles que parecem crer em mim, Nitiren, acalentam dúvidas quando sofro tais perseguições e não somente abandonam o Sutra de Lótus como também tentam me orientar, convencidos em seus conceitos de que são sábios. Quão desprezíveis são aquelas pessoas com mente corrupta que permanecerão no inferno de incessantes sofrimentos ainda mais do que os crentes da Nembutsu!” (END, vol. I, pág. 205.)
Esta é a frase que devemos gravar profundamente no coração.